Herbário da Horta

Escola Secundária Jaime Moniz (Funchal)

Desafio: Herbário da Horta

N.º de participantes:
21

Ano de Escolaridade:
12 º ano

Páginas do Herbário:

Memória descritiva:
Herbário da horta e Jardim das aromáticas
Descrição das etapas do trabalho:
1ª etapa: Aquando da inscrição neste desafio proposto pela Eco Escolas, os professores da Componente Técnica do Curso de Gestão de Ambiente, CEF, tipo 6, das disciplinas de Qualidade Ambiental, Conservação da Natureza e Gestão de Resíduos Sólidos, Água e Ambiente, da turma CEF61, propuseram a realização de uma visita de estudo ao Museu de História Natural do Funchal, com o Curador de Botânica, Dr. Juan Silva, para dinamizar uma palestra e oficina sobre a temática “Qual a importância de um herbário?” e “Como herborizar plantas?” respetivamente.
Esta ação ficou agendada para o dia 15 de fevereiro, na sala de audiências do museu e respetivo laboratório. Após confirmação, alguns alunos interessaram-se por interagir nas diferentes tarefas, as alunas Laura Gouveia, Mariana Costa e Mariangélica Manica, encarregaram-se de planear a capa do herbário, outros alunos: Afonso Freitas, João Fernandez, José Alexandre Vieira e Luís Freitas da construção de uma prensa para a Escola e respetivos acessórios reutilizando material da oficina de carpintaria
da escola. Os alunos Guilherme Camacho, Lourenço Gonçalves e Pedro Góis disponibilizaram para a colheitas das plantas a herborizar segundo indicações solicitadas por meio de email ao Curador de Botânica, acompanhados da professora da disciplina de Qualidade Ambiental (Maria Campanário). Mesmo com todos os cuidados a ter, não foi possível colher as plantas com todos os seus órgãos, uma vez que no Jardim das Plantas Aromáticas e Medicinais e Horta da escola, as mesmas encontravam-se em diferentes fases do seu ciclo de vida.
As plantas colhidas foram várias, sendo escolhidas as que melhor ficaram herborizadas: Aipo (Apium graveolens) Alfavaca (Parietaria judaica) Árvore-do-fogo (Brachychiton acerifoliu), Artemísia-variegada (Artemisia vulgaris ‘variegata’), Batata-doce (Ruscus aculeatus), Calêndula (Calendula officinalis), Crepe-do-japão (Youngia japonica) Couve (Brassica oleracea), Gilbardeira (Ruscus aculeatus), Manacá (Brunfelsia pauciflora), Pessegueiro inglês ou Erva-luísa (Aloysia citrodora), Planta-do-caril (Helichrysum italicum), Rosmaninho (Lavandula stoechas), Salsa (Petroselinu crispum). segurelha (Satureja hortensis), Sálvia (Salvia officinalis), pelo menos uma para cada aluno da turma aprender a herborizar. Não ficamos com 21 plantas herborizadas porque o nem todas ficaram em boas condições de herborização. Do total de vinte e uma (21) plantas selecionamos seis (6) para digitalizar e enviar. Há que dizer que no dia que foi feita a colheita das plantas para herborizar estava a chuviscar, uma condição que não é a favor da boa qualidade da herborização.
As plantas foram colhidas no dia 15 de fevereiro, pela manhã, devidamente colocadas em sacos de papel e transportadas em carro para o Museu, alguns alunos estariam no Museu, 15 min antes da palestra e oficina para receberem as plantas a serem herborizadas.
Às 14h:00 deste dia (15 de fevereiro), a turma CEF 61, constituída por 21 alunos e respetivos professores acompanhantes (António Freitas, Maria Campanário e Nivalda Pereira) estavam presentes no auditório para assistir a palestra - “Qual a importância de um herbário?” na qual aprenderam conceitos importantes sobre herbários, com por exemplo: O que é um herbário; a sua importância; os passos para uma boa colheita; o material de campo; data e local de colheita; altitude ou profundidade/coordenadas (no caso de algas). Outros aspetos a ter em conta são: o hábito (árvore, arbusto, erva, trepadeira); substrato (aquático, terrestre, parasite, epífita, rupícola); altura (aspetos do tronco, cor, textura da casca, …); cor das flores, dos frutos ou qualquer outra parte da planta que não seja normalmente verde; presença de latex, existência de suculentas; cheiro libertado pelas plantas incluindo o da flor; frequência com que aparece no local (rara, frequente, muito frequente); tipo de solo (argiloso, arenoso, encharcado); Observações ecológicas (presença de animais na planta, flor (abelhas, vespa, formiga), nome da comunidade vegetal onde foi encontrada; O material vegetal deve estar o mais completo possível.
A identificação: recorre-se à lupa; a uma chave dicotómica para a identificação de famílias. Atualmente podemos recorrer a algumas aplicações e também à plataforma Biodiversidade 4All e ainda a colaboração do Curador do MHNF, Dr. Juan Silva.
E “Como herborizar plantas?” o material é colocado numa prensa, para ser submetido ao processo de secagem, durante alguns dias, tendo -se de mudar os papeis de jornal diariamente. No caso dos cogumelos devem ser submetidos a uma estufa a 100ºC.
A montagem consiste na fixação da planta seca e da respetiva etiqueta, numa cartolina branca (formato A3), isento de ácido na sua constituição.
A etiqueta é sempre colada no canto inferior direito (sem etiqueta, o exemplar do herbário não tem utilidade), normalmente em A3, no nosso caso trabalhamos em A4. A etiqueta deve estar o mais completa possível.
O armazenamento – as plantas são guardadas num armário ou numa caixa de cartão dependendo do material biológico.
Conservação: um bom exemplar de herbário deve durar centenas de anos.
As coleções de herbário devem ser mantidas entre 20 a 23ºC e humidade entre 40 - 55% (risco de infestação de fungos). A preservação dos espécimes de um herbário a longo prazo, depende de uma vigilância constante para a deteção precoce da presença de insetos. Uma das técnicas mais recentes de controlo de insetos e “pragas” é submeter a coleção a –30ºC, durante duas semanas no mínimo. desta forma temos a certeza que inviabiliza as pragas que afetam o herbário. Submeter a coleção a uma bolha anóxica, nessa bolha inserem-se N2 (azoto) e o oxigénio sai todo, é um método mais caro, porém mais eficiente.
O herbário do Museu de História Natural do Funchal (MHNF) foi iniciado pelo Dr. Günther Maul, nos anos 50. A coleção do padre José Gonçalves da Costa, natural do Porto Moniz, foi comprada pelo então diretor do Museu, o Dr. Günther Maul. Devido à importância desta coleção no contexto da Macaronésia, o herbário encontra-se nos registos, no índex herbariorum, tendo sido adotada a sigla MADM. O MADM, possui algum material tipo exemplo Muschia isambertoi, (uma espécie endémica do arquipélago da Madeira). O MADM colabora com outro herbário a nível regional, nacional e internacional através do intercambio e empréstimo de espécimes. Os alunos fizeram um questionário sobre a palestra cujos resultados se presentam numa das etapas desta descrição. (por lapso da nossa parte apagamos o formulário das questões, onde poderíamos ver graficamente os resultados. No entanto, temos o questionário com as respetivas questões.
Segunda etapa: promoção de uma palestra e oficina de herbário para perceber o que são plantas herborizadas. (Este ano esquecemos de tirar fotos da palestra no museu, pois estávamos muito interessados em tirar apontamentos da mesma e ninguém se lembrou de tirar uma foto). De salientar que nesta palestra os alunos levaram o caderno de campo para posteriormente fazerem um questionário de avaliação. Houve um problema com o formulário, não podemos mostrar os resultados, no entanto, temos o registo desta avaliação numa grelha de Excel.
Nota: A média da turma foi de 13,80 e 100% de positivas.
E ainda a construção de uma prensa para a escola por parte dos alunos (Afonso Freitas, João Fernandez, José Alexandre Vieira e Luís Freitas), com a colaboração do mestre da carpintaria da Escola. Além desta prensa, foi necessário, uma fita para prender a prensa, comprada com verba de prémios recebidos de outros concursos.
Terceira etapa: oficina de herbário orientada pelo Dr. Juan Curador do herbário do Museu, na qual este primeiro exemplificou e ajudou cada aluno na confeção da herborização da sua respetiva planta, colhida pelos colegas (Guilherme Camacho, Lourenço Gonçalves e Pedro Góis). Colocação de algumas plantas na prensa, um total de três prensas (2 emprestadas e a construída por alunos).
Quarta etapa: como fazer a etiqueta, a cápsula do herbário e a montagem das plantas herborizadas.
No dia 7 de março, o curador do Museu de História do Funchal, Dr. Juan Silva, veio à escola para ensinar à turma como fazer a montagem das plantas herborizadas, a respetiva etiqueta e ainda como fazer uma cápsula caso seja necessário para algumas plantas. Revelou a importância de fazer a cápsula, primeiro, se na montagem, existir qualquer parte da planta que fique fora da folha de montagem, e que seja necessário cortá-la, não devemos deitar fora, mas sim guardar na cápsula, ou mesmo outros componentes das plantas que se desagreguem ao longo do processo de herborização. E porquê? Por que mais tarde pode ser importante, no caso de algum investigador consultar aquela planta para estudo.
Neste dia, foi feita uma demonstração de como devia ser feita a montagem, foi necessária uma fita (sem ácido) para fixar a planta à folha de herbário, foi comprada na Amazon. (2023). Gumstrip Fita adesiva tradicional borboleta, castanho, 2,3 x 9,5 x 16 cm, [Em linha].
Disponível em
(https://www.amazon.es/-/pt/dp/B004YBIIG4/ref=sr_1_3?keywords=Gummed%20Paper%20Tape%20Parcel%20Wrapping%20Water&qid=1675110196&sr=8-3) . [consultado em 30-01-2023].
Além da fita, tínhamos outro material com requisitos especiais para a montagem tais como a cola, sem solventes e livre de ácido, para colar as etiquetas, as cápsulas, o “papel canson” para a montagem e o papel vegetal para proteção da espécie herborizada.
Tendo em conta o contexto de trabalho e o que foi solicitado pelo programa Eco-Escolas, foi criado um modelo em Word com a etiqueta incluída de modo que a informação contida na etiqueta fosse legível, não ser manuscrito.
No dia 9 de março, os alunos fizeram a montagem das plantas herborizadas, pondo em prática a oficina de demonstração feita pelo Dr. Juan Silva. De salientar que este, foi um trabalho colaborativo entre os alunos. Organizaram as mesas da sala com todo o material a ser utilizado. Neste mesmo dia, mais tarde, noutra aula, todos os alunos montaram a sua planta herborizada, após assistir à sessão de demonstração. Na montagem foi feito um trabalho em série, uns cortavam a fita fina, outros molhavam em água que estava dentro de uma caixa de Petri, outros retiravam a fita com uma pinça e colavam nos respetivos órgãos das plantas. Esta tarefa de acordo com a habilidade de cada um, o que acabou por resultar bem.
Quinta etapa: Consistiu na criação de uma capa para guardar o herbário da turma CEF 61, Ano Letivo 2022/2023. A capa foi feita com materiais reutilizados, pela aluna Laura Gouveia, nº12 e os desenhos pelas alunas: Mariana da Costa, nº 16, Mariangélica Manica, nº 17.

Registo fotográfico: