Os Insetos da Horta

Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESE-IPVC) (Viana do Castelo)

Desafio: "Os Insetos da Horta"

Registo Fotográfico:

Breve explicação, para cada espécie, das vantagens/implicações da presença de cada espécie na horta:
Insetos Benéficos/Auxiliares:

Espécie 1:
A crisopa verde (Chrysoperlea carnea) é um inseto da ordem dos Neurópteros e da família dos Crisopídeos que tem sido utilizada em variados programas de Luta Biológica.
É facilmente reconhecível pela sua coloração verde forte e pelas compridas asas transparentes repletas de nervuras. À noite é fácil observar crisopas atraídas pela luz artificial perto de candeeiros.
Quando estão no estado larvar, as crisopas são predadoras de afídeos, de ácaros, da mosca branca, de cochonilhas e outros insetos invasores das culturas. Na cabeça das larvas sobressai o aparelho bucal em forma de pinça, com o qual imobilizam as presas utilizando um veneno paralisante, para de seguida lhe sugarem o corpo.
No estado adulto, a crisopa verde é herbívora alimentando-se de néctar, pólen e substâncias açucaradas excretadas por alguns insetos.
As crisopas são muito importantes no controle de pragas do olival, podendo alimentar-se do parasita algodão-da-oliveira e da traça-da-oliveira, nomeadamente destruindo os seus ovos.

Espécie 2:
A Coccinella sptempunctata, conhecida em Portugal como Joaninha-de-sete-pintas é, talvez, o coleóptero mais amado pelas crianças, e também pelos agricultores.
Estes animais de aspeto simpático e pintalgado são, na realidade, carnívoros vorazes, predadores de parasitas das plantas como os afídeos e as cochonilhas. Desta forma, ajudam a controlar as populações de insetos parasitas das plantas.
Podemos dizer que são inseticidas biológicos, por isso foram escolhidas como símbolo da Agricultura Biológica.

Espécie 3:
A Forficula auriculária, conhecida em Portugal por Bicha-cadela ou Tesourinha é um inseto que pertence à ordem Dermaptera. Tem corpo alongado que termina num par de segmentos em forma de pinça que podem ser usados para se defenderem de predadores, para capturar presas ou para abrir as asas. As pinças também permitem diferenciar os machos das fêmeas: nos machos são maiores e curvas, nas fêmeas são direitas. O desenho elaborado é de um macho.
Apesar do seu aspeto agressivo, em especial nos machos, estes insetos são inofensivos para o ser humano.
São animais de hábito noturno, permanecendo escondidas durante o dia, em especial em locais húmidos e escuros, como troncos, folhas ou por baixo de rochas.
As tesourinhas são omnívoras, alimentando-se de organismos mortos e vivos como pulgões, larvas, ácaros, aranhas e protozoários. Esta dieta proteica torna-os animais benéficos para as culturas agrícolas, no entanto, também podem causar alguns danos a algumas culturas, como por exemplo beterraba, couve, aipo, acelga, couve-flor, pepino, alface, ervilha, batata e feijão.
Foi muito interessante descobrir que se trata de uma espécie de inseto com preocupações maternais.

Insetos Prejudiciais:

Espécie 1:
O escaravelho da batata, de nome científico Leptinotarsa decemlineata, foi introduzido na europa há cerca de 120 anos e é proveniente da América.
O escaravelho da batata na fase de larva e na fase adulta alimenta-se da folha da batateira, triturando-a pela margem. Como as folhas são os órgãos onde as plantas produzem o seu alimento, a diminuição do número de folhas e de área fotossintética reduz a capacidade de produção de matéria orgânica e, consequente, diminui o número e o tamanho dos reservatórios de amido da batateira: as batatas.
Encontramos um estudo de uma docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, especialista em agronomia, que indicou que se estes parasitas se encontrarem em pequeno número (menor 16) podem ser benéficos para a batateira, porque a estimulam a produzir mais folhas acelerando o seu crescimento, no entanto, o desafio reside em controlar a população destes escaravelhos

Espécie 2:
Os pulgões verdes são afídeos, insetos herbívoros que parasitam plantas fazendo furos especialmente na página inferioras das folhas com os seus estiletes e alimentando-se da seiva floémica que contém a matéria orgânica que a plantas necessitam para suprir as suas necessidades. Com a diminuição da produção de substâncias de reserva, as folhas das plantas passam a adquirir um aspeto melado, amarelado e enrugado que pode mesmo levar à morte da planta. Para além disto, a substância açucarada que produzem e os seus excrementos funcionam como um meio privilegiado para a proliferação do fungo fumagina que também contribui para a redução da taxa fotossintética.
A picada do inseto pode permitir a inoculação de vírus causadores de doenças.
Os danos mais significativos ocorrem em plantas jovens e/ou em folhas jovens.
Os seus predadores naturais são as joaninhas, sifídeos como a moscas-das-flores, vespas parasitóides, crisopas, tesourinhas, besouros, entre outros.

Espécie 3:
A Cochonilha algodão (Planococcus citri) agrupa-se em colónias que invadem algumas plantas, como por exemplo as videiras, instalando-se em órgãos verdes e lenhosos. São insetos que não ultrapassam os 35 mm de comprimento e possuem corpo esbranquiçado.
A ação nefasta da Cochonilha pode acontecer de forma direta ou indireta. Os danos diretos devem-se à sua alimentação, uma vez que ao sugarem grandes quantidades de seiva floémica, diminuem a quantidade de açúcar armazenado nas uvas. Ao mesmo tempo, excreta uma substância açucarada pegajosa (melada) que se acumula nas folhas e nos cachos das uvas conferindo um aspeto brilhante e pegajoso e permitindo o desenvolvimento de um fungo negro chamado Fumagina nas folhas que vai comprometer a função respiratória e fotossintética da planta que parasitam. Depois de algum tempo as folhas começam a ficar com manchas e murcham e a planta começa a perder o seu vigor. A melada também atrai formigas, mas estas não causam nenhum dano às plantas.
Entre as espécies vulneráveis ao ataque das cochinilhas podem referir-se os citrinos, loureiros, cedros, roseiras, heras, entre outros.
Produzem ácido carmínico para se defenderem dos predadores.

Memória descritiva:
Na unidade curricular de Ciência Físico-Naturais (2.º ano da Licenciatura em Educação Básica), após explorarmos temas relacionados com a biologia das plantas e dos vários filos e classes de animais, a docente propôs aos alunos a elaboração individual de pequenos vídeos que explorassem, de forma simples, aspetos relacionados com a co-evolução entre as plantas e os insetos (plantas carnívoras, polinização, disseminação de frutos e de sementes).
Na unidade curricular de Didática do Estudo do Meio (1.º ano de mestrados de formação para a docência), a docente reuniu com as aulas para as desafiar a fotografar insetos que tenham nos seus jardins e quintas. Depois de recebidas as fotografias, selecionaram-se alguns insetos considerados benéficos ou prejudiciais para algumas espécies de plantas cultivadas no Alto Minho. Algumas alunas ficaram responsáveis por fazer uma breve síntese sobre cada um dos insetos selecionados, e duas alunas voluntariaram-se para os desenhar. No final concluiu-se a pesquisa e selecionaram-se 6 desenhos que foram assinados e apresentados neste projeto.