Espiral de Ervas Aromáticas

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (Coimbra)

Desafio: "Espiral de Ervas Aromáticas"

Esboço/croqui da Espiral:

Descrição das vantagens da construção de uma espiral:
Quando foi proposta a realização deste projeto foi necessário recorrer a pesquisa, uma vez que o conceito de “micro horta biológica em espiral” não nos era familiar. Concluiu-se que a construção em espiral é vantajosa, uma vez que permite a criação de microclimas, conforme a variação de níveis da espiral, sendo assim também possível economizar espaço. O topo da espiral geralmente é mais seco e tem maior exposição solar e na base o solo encontra-se mais húmido e com mais sombra. Isto é possível devido ao efeito da gravidade.

Breve descrição das plantas selecionadas e motivo do respetivo posicionamento na espiral:
Seleccionaram-se 16 ervas aromáticas, tendo em conta os resultados da pesquisa sobre as condições de cultivo e tipo de habitat favorável.
Considerando as características de cada planta e as diferentes condições de temperatura, humidade e luminosidade da espiral, procedeu-se ao posicionamento de cada uma conforme consta no esboço.
As plantas seleccionadas e respectivas dados (nome vulgar, nome científico, porte, preferências de solo, preferências de exposição solar), ordenadas desde o topo até à base da espiral, são as seguintes:
1-Camomila: Matricaria chamomilla; 25cm a 100cm; solos arenosos bem drenados; rico em matéria orgânica; preferem luz direta do sol mas podem tolerar sombra parcial.
2-Tomilho:Thymus vulgaris L.; 15cm a 50cm; devem ser bem drenados; fácil cultivar em solos arenosos ou pedregosos; necessitam de alta luminosidade e devem receber luz solar direta, pelo menos, algumas horas diariamente.
3- Orégão-vulgar: origanum vulgare; 20cm a 80cm; solos pobres, bem drenados; planta vivaz, boa exposição solar ou meia-sol.
4- Coentro: coriandrum sativum; 100cm; gosta de todo o tipo de solo, prefere solo calcário bem drenado; necessidade de exposição solar.
5- Salsa: petroselinum crispum; 80cm; solo bem drenado; lugares ensolarados ou em sombra parcial com alta luminosidade, mas sem que fique exposta à luz diretamente nas horas de maior calor.
6- Alho: allium sativum; 30cm a 120cm; solo leve, bem drenado e rico em matéria orgânica; prefere receber luz solar diretamente, diariamente, por algumas horas
7- Cebolinho: allium schoenoprasum; 15cm a 50cm; rico em matéria orgânica e bem drenado; necessita de luz solar direta, diariamente, por algumas horas.
8- Alfazema/Lavanda: lavandula angustifolia; 30cm a 200cm; prefere solos secos ou húmidos, tolera a aridez e a exposição marítima e a exposição solar é fundamental pois não se desenvolve à sombra.
9- Alecrim: Rosmarinus officinalis; 150cm; solo pode ser pobre uma vez que não é exigente em matéria orgânica; planta perene que necessita de sol.
10- Estragão: artemisia dracunculus; 60cm a 150cm; adapta-se bem a solos férteis e bem drenados e ao início da primavera deve ser aplicado uma cobertura de solo com composto; planta vivaz que necessita de sol.
11- Salva: Salvia officinalis; 60cm; Gosta de sol e solos arenosos e secos; Planta perene.
12- Poejo: mentha pulegium; 20cm a 50cm; solos férteis, frescos, neutros a ligeiramente ácidos; planta vivaz; exposição solar a meia-sol.
13- Hortelã-pimenta: mentha x piperita officinalis; 30cm a 100cm; sucede em solos não muito secos e argilosos; solo fértil rico em matéria orgânica; planta vivaz que pode ser cultivada em lugares ensolarados, mas que também cresce em meia-sombra.
14- Erva Príncipe: cymbopogon citratus; 70cm a 100cm; necessita de solos húmidos para se desenvolver e não tolera temperaturas inferiores a 0º; planta perene que necessita de sol.
15- Erva Cidreira: melissa officinalis; 70cm a 100cm; pode ser cultivada em qualquer tipo de solo desde que se mantenha húmido no verão; planta vivaz que necessita de meio-sol.
16- Limonete: aloysia triphylla; 100cm a 300cm; adapta-se bem a solos moderadamente férteis se forem bem drenados; planta perene que necessita de exposição solar, clima quente e húmido; consegue suportar temperaturas baixas até cerca de 10ºC

Materiais de construção necessários e motivo da sua escolha:
Debatemos acerca do material de construção para a espiral de ervas e qual seria o elemento principal de suporte (madeira, canas da índia, pedra, tijolo de burro, blocos). Inicialmente ponderamos ser em madeira, para posteriormente ser ilustrada com arte urbana, feita por estudantes, mas concluímos que não seria viável, pois pretendíamos um projeto a longo prazo, optando por pedra. Sendo assim, os materiais de construção que necessitamos são:
• Pedras de diversos tamanhos e formas, preferencialmente calcária, pois é a mais predominante da zona de Coimbra, conferindo um bom suporte à estruturação da espiral e permitem a drenagem de águas,
• Terra e matéria orgânica, para sustentar as plantas,
• Argila/barro, pois permite uma maior aderência das pedras e fortalece a estrutura em espiral e
• Plantas aromáticas para iniciar a plantação.

Breve memória descritiva de como foi efectuado o trabalho:
Este projeto destina-se à criação de uma espiral de ervas aromáticas no âmbito do concurso criado pela Eco-Escolas e futura construção no espaço exterior da ESEnfC.
A elaboração do esboço e trabalho de pesquisa foram da responsabilidade das alunas: Ana Pedrosa Lopes, Rita Marina Miranda Fonseca, Maria Emília Dias da Costa e Tânia Sofia Tomás Gonçalves, sob orientação da não docente: Marta Susana da Silva Clemente e dos professores: Carlos Alberto Marques da Silva e Marina Montezuma Carvalho Mendes Vaquinhas.
Para iniciar este projeto tivemos em especialmente em consideração três documentos disponíveis online: E-book “Aromatizar e Saberes” da Associação Portuguesa de Nutrição (2018); “Guia para a Produção de Plantas Aromáticas e Medicinais em Portugal” (ADCMoura, 2014) e “Plantas Aromáticas, Medicinais ou Condimentares”, disponível em www.quintinha.com . Selecionaram-se 16 ervas aromáticas (alecrim, alfazema/lavanda, alho, cebolinho, coentro, camomila, erva – cidreira/melissa, erva príncipe, estragão, hortelã-pimenta, limonete, orégão-vulgar, poejo, salsa, salva e tomilho) e posteriormente colhemos informações acerca do seu nome científico, do seu uso culinário e das suas propriedades medicinais.
Realizaram-se reuniões semanais via Zoom com os elementos docentes, não docentes e as alunas do projeto, tendo sido sugerida e criadas etiquetas identificativas das ervas aromáticas seleccionadas, como podemos ver nas figuras do registo de imagens.
O balanço final deste projeto é muito positivo, uma vez que todos, direta ou indiretamente, demonstraram empenho na execução desta atividade, capacidade de adaptação perante esta nova realidade, aumento de conhecimento e, embora não tenha sido possível a realização deste projeto (figura 3), já se encontra prevista a futura construção da espiral de ervas aromáticas (no 1º semestre do ano letivo 2020/21). Também será organizada uma equipa com alunos, para a manutenção da espiral, uma vez que o envolvimento da comunidade estudantil foi e será fundamental para a criação e futura conceção deste projeto.
Bibliografia:
Associação Portuguesa de Nutrição (2018). Aromatizar saberes: ervas aromáticas e salicórnia. E-book nº49. Porto, portugal: Associação Portuguesa de Nutrição.
ADCMoura (2014). Guia para a produção de plantas aromáticas e medicinais: uma recolha de informação e boas práticas para a produção de plantas aromáticas e medicinais em Portugal.
Disponível em http://epam.pt/guia/
Recursos eletrónicos:
www.quintinha.com . “Plantas AMC”

Registo Fotográfico: