Espiral de Ervas Aromáticas

Escola Secundária João Gonçalves Zarco (Matosinhos)

Desafio: "Espiral de Ervas Aromáticas"

Esboço/croqui da Espiral:

Descrição das vantagens da construção de uma espiral:
“Cultivar as aromáticas em espiral pode ser uma forma interessante de aprender mais sobre estas plantas.
A espiral, inteiramente construída com materiais naturais (pedras, terra, areia, folhas secas, palha e água), serve-se de uma técnica usada na permacultura que consiste na subdivisão de espaços permitindo cultivar plantas tanto de habitats secos como húmidos, proporcionando uma grande produtividade e diversidade num espaço pequeno. Permite, ainda, recolher plantas durante todo o ano e cria mesmo o habitat ideal para animais de jardim como anfíbios, aves e várias espécies de insetos.” https://hortasbio.abae.pt/desafios-2019-2020/espiral-de-ervas-aromaticas/
Além disso, a construção desta espiral permitirá atingir os objetivos do projeto em si, a saber: sensibilizar a comunidade escolar para a importância das plantas aromáticas na horta biológica e na nossa alimentação; dar a conhecer à comunidade escolar a diversidade de plantas aromáticas que existem; contribuir para o aumento da produtividade e sustentabilidade da horta biológica da escola.
Para além das vantagens já evidenciadas pelo próprio projeto em si, a espiral permitirá à Zarco:
- dinamizar atividades do Programa Eco escolas e do Clube de Ciência Viva;
- proporcionar a realização de atividades (em aula, ou extra-aula) ao ar livre;
- dividir e atribuir tarefas e responsabilidades aos alunos, criando-lhes autonomia;
- capacitar os alunos (e restante comunidade escolar) para fazerem cultivo de ervas aromáticas;
- adquirir conhecimentos novos e científicos sobre espécies (animais e vegetais), mobilizando técnicas (de multiplicação vegetativa, por exemplo) e terminologias (como a nomenclatura taxonómica), e sobre ecossistemas;
- proporcionar sentimentos de bem-estar, o que se insere dentro dos serviços dos ecossistemas (valor estético), para além de outros.

Breve descrição das plantas selecionadas e motivo do respetivo posicionamento na espiral:
Patamar topo: Alecrim (rosmaninho), orégãos, tomilho (plantas xerófitas)
Alecrim, Rosmarinus officinalis , arbusto rústico persistente mediterrânico. Pode atingir 1 a 2 metros de altura. As suas folhas verdes-escuras são coriáceas, resinosas, estreitas e lineares. Os caules são lenhosos; as flores podem ser de cor rosa, azuis, brancas, raiadas de violeta e com aroma canforado. Deve ser cultivado em terrenos leves e arenosos (de preferência calcários; caso o solo não seja calcário pode adicionar-se cinzas de madeira ou cascas de ovos. Floresce de Março a Outubro (Correia, 2001).
Orégãos, Origanum vulgare , cresce espontaneamente na Europa; planta vivaz, muito aromática, que mede entre 30 a 80 cm de altura. Caule viloso, folhas ovais (verde-escuras) com aroma apimentado. Flores brancas (ou cor de rosa) agrupadas; ricas em néctar que atraem abelhas. Fruto ovoide e liso. O orégão necessita de sol quente e bem arejado (encontra-se frequentemente em solos pobres, encostas pedregosas, prados e terras secas) (Correia, 2001).
Tomilho, Thymus vulgaris , é um subarbusto vivaz mediterrânico, sempre-verde e muito aromático. Também se pode optar pelo tomilho-limão (T. citriodorus). Mede cerca de 10-35 cm de altura, com caules lenhosos, pequenas folhas opostas, ovadas e acinzentadas. Flores pequenas, brancas ou rosadas, muito perfumadas. Deve ser cultivado junto a rochas, em solos bem drenados e com boa exposição solar (Correia, 2001).
Espiral intermédio: Manjericão; tomate
Manjericão, Ocimum basilicum , planta aromática anual que pode medir até 1 metro. Deve ser cultivado na primavera em solos arejados, expostos ao sol. Devem ser protegidos do frio (no Inverno) e do sol excessivo (no Verão). Devem ser regados sempre a meio do dia, mas sem excessos (senão os rebentos murcham) (Correia, 2001).
Morangueiro (Fragaria vesca) “é uma herbácea perene, rasteira e de pequeno porte, caracterizada por uma folha com três folíolos e pequenas flores brancas. Existem dois tipos de morangueiros: os remontantes (crescem continuamente entre Junho e Outubro) e os não-remontantes (produzem morangos apenas uma vez por ano entre Abril e Junho). Os primeiros devem ser plantados na Primavera e os segundos no final do Verão, preferencialmente em Agosto/Setembro. Apesar de murcharem no Outono, as raízes do morangueiro sobrevivem aos meses mais frios do ano para voltarem a florescer mal chegue a Primavera. As plantas necessitam de muito sol direto, no mínimo 6 horas diárias. Adicionalmente, os morangueiros não toleram nem a terra seca, nem a terra encharcada, ou seja, é necessário um equilíbrio: um solo que absorve bem a humidade, mas que também permite o escoamento da água. Os morangueiros florescem bem num solo que apresente níveis de pH entre os 5.0 e os 7.0, mas os níveis ideais são aqueles situados entre os 5.3 e os 6.5.” https://omeujardim.com/artigos/como-cultivar-morangos
Espiral inferior: Hortelã ; agrião (plantas que necessitam de humidade )
Hortelã , Mentha , é uma erva com elevada diversidade de variedades. A Mentha viridis, ou hortelã-verde, é extremamente aromática e muito utilizada na cozinha portuguesa. Outras variedades são, por exemplo: M. citrata (perfume a limão), M. piperita (ou hortelã-pimenta; usada para fazer chá, com aroma forte e apimentado), M. rotundifolia (sabor a hortelã e maçã), M. spicata, M. crispa (com sabor picante), M. raripila rubra (suave aroma a hortelã-pimenta), e M. pulegium (ou poejo). Para a multiplicar vegetativamente, basta cortar um caule e mergulhá-lo em água para criar raízes. Se se optar por semear, deve-se fazê-lo na Primavera (Correia, 2001).
Agrião, Nasturtium officinale , uma crucífera com hastes até 60 cm de altura. É uma planta bastante comum, que se desenvolve mesmo sem cuidados de cultivo. Necessita de muita água (e as suas raízes longas procuram-na). As folhas são um pouco carnudas, estão subdivididas em três e têm coloração verde-escura. O solo deve ser arejado e rico em água. Floresce no Verão e recomenda-se que a sua colheita seja feita antes da floração (Correia, 2001).
O posicionamento das plantas descritas na espiral será de acordo com a sua necessidade de exposição solar, já que na figura 2 se exemplifica o seu patamar. O local para a criação da espiral tem uma boa exposição solar, mas é possível encontrar zonas de sombra junto aos muros que definem a própria horta (figura1). Isto será definido a posteriori.
“A espiral possibilita um jogo de sombras e luz que permite que plantas com diferentes características cresçam em sintonia. A gravidade, juntamente com a disposição dos vários tipos de terra (mais arenosa no topo e com mais matéria orgânica na base), possibilita o escoamento da água, acumulando-se nas zonas mais baixas onde estão as plantas que mais necessitem de humidade.” https://hortasbio.abae.pt/desafios-2019-2020/espiral-de-ervas-aromaticas/

Materiais de construção necessários e motivo da sua escolha:
A espiral poderá ser construída segundo o exemplo da figura 3. Para construir algo do género poder-se-á utilizar: rochas (tipo xisto) para definir os muros da espiral, ou outro material idêntico. Para o enchimento: pequenas rochas, argila expandida, areão (que criam o arejamento necessário do solo), composto (para a camada de cima da espiral e adubar), como desenhado na figura 4.
Para a construção, serão necessários, ainda, pás de jardinagem, enxadas, baldes; há um ponto de água e mangueira junto à horta.

Breve memória descritiva de como foi efectuado o trabalho:
Não foi construída a espiral, mas podemos descrever as tentativas de trabalhar a horta biológica no ano 2019-2020:
Horta biológica: plantou-se alguns pés de morangueiro, mas estavam demasiado secos e não pegaram; fizeram-se sementeiras nos laboratórios, mas não se chegaram a transferir as plântulas para a horta. Plantaram-se algumas hortícolas, mas a interrupção das atividades letivas não favoreceu a continuidade do trabalho iniciado.
Referências
https://hortasbio.abae.pt/desafios-2019-2020/espiral-de-ervas-aromaticas/
https://omeujardim.com/artigos/como-cultivar-morangos
Correia ed. (2001) Guia prático de Ervas Aromáticas e Plantas Medicinais, Impala Editores.

Registo Fotográfico: